segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Rua do Alt Ruísmo ou Ups! I Did It Again! um texto para gajas


É tudo muito lindo.
Gostamos todas muito umas das outras.
Tanto.
MY ASS.

O pior, é quando tudo fica feio.

Existem vários tipo de feio:
O feio belo.
O feio estranho.
O feio, porco e mau.
O feio porque ser feio não dá trabalho. E ser bonito também não o deve dar.
O feio que nunca deixou de o ser, mas que achámos ser bonito qb.

E depois, há o feio inóspito.

E era aqui que queria chegar, amigas.
Sim, porque este texto é para gajas!

Para as gajas a quem o carapuço servir.
Mas acima de tudo, para gajas de mangas arregaçadas e alma pura.

O feio inóspito acompanha-nos. A nós, às boas.
Às boas merdas.
Às que ajudam sem precisarem que lhes peçam.
Às que só afirmam quando sabem.
Às que vêem algo de bonito num hospital psiquiátrico degradado.
Às boas que de tão boas, se tornam calçada pisada ou sarjeta na Rua do Alt Ruísmo.

I have many things to say, but here's one: I'm not surprised.

Here's another: Vai-te roer.

O feio de inóspito é característica daquelas amizades bonitas, poéticas e verdadeiras.
Daquelas pelas quais se rema contra a corrente, porque a corrente nunca tem razão.

Ups! I did it again!

Ou seja, aquelas amizades que nunca fizeram grande sentido, mas para as quais se inventa um.
Porque algures pelo caminho, pareceu que eles queriam mesmo saber de nós.
E cheia de nós no estômago, estou eu!

Mas isto é ± como um cancro benigno.
É mau.
Dói.
Toda a gente tem imensa pena.
E para se remover, corta-se.

Just rip off the band-aid!

A verdade é que nunca foi confortável.
A amizade, fora de frases feitas, deve ser como aquele par de ténis que adoramos calçar.
Super desportivos, que nem fazem muito o nosso género, mas que têm A qualidade super essencial.
Serem super confortáveis.

Quando odeio algo, e se me permitem, penso que se aplica à generalidade, é por um destes motivos:
Porque odeio.
Ou porque secretamente invejo. Sendo este um COMUM caso de sublimação!
Freud explica.
E quando secretamente invejo, reflicto e permito-me, simplesmente, gostar.

Nunca fui menina de me privar.

Mas trago más notícias.
Vai ser sempre assim.
As amizades, x, são inversamente proporcionais à franqueza, y.
Se y aumenta, x decresce.

Nota: y pode adoptar a forma de sucesso, felicidade, vida sentimental, posses materiais, viagens, etc.

O que quero dizer é que toda a gente adora uma coitadinha.

O problema é que eu odeio coitadinhas!
Nunca serei uma.

Antes inconformada que coitadinha!

E ser coitadinha não é dizer o que se sente.
Não é ser franca.
Não é ver na humildade uma peça de roupa clássica.
É conformar-se, enquanto se chora um mar.

Chora! Por favor, chora.

Sempre me ensinaste que ser forte é que era.
E que pavonear-se, desdobrando-se em elogios vagos/genéricos a tudo o que é passado era a way to go.
A guardar um cubo de gelo debaixo da língua.

A guardar algo debaixo da língua, que seja um ácido. 
Sempre deve ser mais sentimental...

Sempre fui má aluna à tua cadeira.
Até tomava atenção às aulas, mas não me sentia no curso certo.

Agora, parece que reprovei.

Choro pelo tempo perdido, claro.
Mas choro.
Porque quem chora e expõe, em vez de amuar, deveria ser galardoado com uma ave rara.

Como que quem manda beijinhos, aqui fica um .I.
De quem prefere estar sozinha a mal acompanhada.

Brindemos.

Ajusto a laçada que prende a capa ao meu pescoço.
Levanto o braço esquerdo e voo para a Restart.

Wonder Woman,
A mandar snobbish people para a estratosfera desde o início das escavações de Pompeia e Herculano.




































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