quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Isto Não é um Funeral, é uma Festa.


Acabam sempre por partir. Estão presentes, mas não fisicamente.
Não, não é de entes queridos que se finaram que falo. Refiro-me a entes queridos que viajaram.

Por muito tempo.

Será mais fácil ir ou ficar?
Fácil não é certamente. Nem ir, muito menos ficar.

Ficar, só por si, carrega uma conotação forte. Neste caso tende a cair para a estagnação...
E só por mim, estou. 

Fico.

Existo.

Não, também não é uma fase de crise existencial.
Ou se calhar é, sem ser. 
Não se trata de uma crise existencial acneica.


A consciência, a clarividência, a ponderação...São qualidades, noutras circunstâncias.
Trata-se de um combinado resultante no insustentável peso do ser.
De um peso paradoxal, que é na realidade, tão leve que existe na forma de buraco na alma.

Quero e preciso de deixar partir a mulher de 40 anos que habita em mim. 
Preciso de a enterrar. Estou até a pensar começar a tratar-lhe do funeral! 
Ela sabe que música gostaria de ter como pano de fundo, o que vestiria, quem gostaria que estivesse presente.
Ela sabe demasiado.
Terei de a matar.
Ela come-me as entranhas e eu sem estranhar. 

Mas hoje estranho!

Estou pronta para chegadas.
Estarão as chegadas prontas para mim?

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