segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Bullying-gore em Segunda-mão


Quem é que se lembra do Columbine e do Virginia Tech?

 Sweat-shirt oficial do Virginia Polytechnic Institute and State University
Well, I do.

3 adolescentes perturbados, 2 massacres, 48 mortes prematuras, 2 estados, um país de bullying-gore.

Dos EUA, com amor.

O primeiro aconteceu no estado do Colorado, no dia 20 de Abril de 1999, no Columbine High School.
Diz-se muito sobre Eric e Dylan, os atiradores, mas de factos, não se sabe assim tanto.

18 e 17, respectivamente. 
Loiros, amigos, detentores de um plano. 
Duas facas e explosivos. 
13 mortes.
Homicidas-suícidas.

É tudo o que é indubitavelmente verdadeiro.
Os Serviços Secretos americano associaram os antecedentes criminais dos jovens e respectivas condenações em centros de correcção a casos isolados de bullying no Columbine.
Houve quem dissesse que faziam parte de um grupo de sub-cultura goth. Outros juraram que pertenciam aos Trenchcoat Mafia.
Eric sofria de sociopatia no seu mais elevado estado, psicopatia.
Dylan havia sido diagnosticado com bipolaridade. Ambos tinham um plano de vingança colectiva. 
Mas porquê?
Nunca se saberá ao certo. Uma espécie de funny games.
Deixaram, porém, registos, bilhetes com pensamentos e o plano integral.
A ideia seria matar em grande escala. 
Ultrapassar as histórias das maiores chacinas, abater mais de 600 pessoas através de bombas, mas um erro de cálculo/ligação dos fios evitou um mal maior.

Todos os materiais usados pelos dois jovens para a construção das bombas, tal como as armas, eram legais.

8 anos mais tarde, dia 16 de Abril de 2007, no estado da Virginia, soube-se que um estudante de 23 anos, Cho Seung-Hui, teria feito algo muito semelhante. Matou 32 pessoas, recorrendo a duas armas semi-automáticas comuns.

Durante as investigações foram encontradas algumas notas escritas por Cho, como "I blame rich kids. You caused me to do this." ou vídeos onde mencionava que Eric Harris e Dylan Klebold seriam mártires, demonstrando algum afecto pelos autores do, até então, maior massacre Americano.
Diz-se também que um amor não correspondido por outra estudante da mesma universidade, poderia ser a causa de uma depressão que se foi agravando.

8 anos depois, após inúmeros acidentes, assaltos e massacres de outras escalas, as armas continuavam a ser legais e de acesso facilitado. 
Até aos dias de hoje. 

Comprei esta camisola há cerca de um ano na Feira da Ladra.
Chamou-me à atenção pela cor, pelo lettering tipicamente universitário, pelo preço.
Custou-me 1€.

"Virginia Tech, Virginia tech...
Gus Van Sant, Elephant, Michael Moore, Bowling For Columbine...VIRGINIA TECH!"

Ainda hoje me pergunto como é que esta sweat-shirt veio parar a Portugal, às minhas mãos.
Terá sido de algum português que lá estudara? 
Terá sido de uma vítima do massacre?
Terá alguém assistido a tudo, enquanto vestido com aquela camisola?

Seja como for, comprar roupa, ou qualquer outro objecto, em segunda-mão é muito mais que ser hipster/trashy/fashion/vintage/cool/wtf#/?&%$@. 

É ser corajoso o suficiente para perceber que ao comprar aquela determinada peça, se está obrigatoriamente a comprar aquela determinada história, boa ou má, mas nunca nossa, que ao contrário das nódoas da camisola, nunca sairá...

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