quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O Que Faz de Mim, Eu.

A distância entre o ser e o quase ser é imensurável. 
Certo!
Seja como for, isso é-me completamente alheio. Estou mais focada na compreensão de o que sou.

Sabendo que nunca chegarei a uma conclusão factual e imutável, vou portanto focar-me no que sei que não é de mim. 


Desculpo-me já por qualquer narcisismo que se sinta no ar, mas este blog é meu e aqui mando eu!

Gostava de poder mandar em muitas coisas. Não me é permitido, portanto exerço aqui a minha quota parte de poder, mesmo que tudo isto tenha apenas um V de vai.

Gostaria de perguntar a alguém o que não é de mim. Não é possível, porque hoje sou só eu.

Pergunto a mim mesma, num jogo retórico, então.

Aqui vai, 

Não sou transtornada.
Não sou acanhada.
Não sou de bem nem de mal. Talvez seja de outra ordem ainda por engendrar.
Não sou pequena. Os anões fazem-me espécie.
Não sou de Lisboa, mas também não sou do Porto. Serei uma cidadã do mundo?
Não sou tretas.
Não sou imperceptível.
Não sou desconfiada.
Não sou cidade, campo, espaço. Acho que sou mar.
Não sou marinheiro. Talvez seja peixe-voador.
Não voo demasiado, mas também não tenho os pés no chão.
Não sou sexta-feira. 
Não sou domingo. Quartas inesperadas sabem melhor.
Não sou sol, chuva, vento. Prefiro trovoada com filme de terror e companhia.
Não sou do lar, da rua. Entretantos parecem ser mais acolhedores.
Não sou do passado ou do presente. Mas o futuro é meu, certamente.
Não sou de posses, desvios, adultérios.
Não sou de prolongamentos ou de cortes repentinos.
Não sou de falsas modéstias ou de elogios vãos.
Não sou dissimulada, distraída, conivente.
Não sou de lóbis corrosivos.
Não sou despótica.
Não sou da guerra-sem-razão ou da paz-porque-sim. Sou de causas.

O que faz de mim, eu?
Eu faço de mim o que quiser, sem fazer. 
Não que seja re-activa. Proactiva é o meu nome do meio, mas...
Sou um encadeamento de acções, onde nas quais tomo atitudes.
Não ando com as marés. I'm on the outside and underwater.

Cansei-me de passeios.

Estendi a toalha na areia, o guarda-sol traz-me conforto e o peso de mim faz com que não me apeteça levantar para ver quem por aí anda a velejar.
Levanto-me quanto vir âncoras serem lançadas ao mar. Quando a Nau aqui atracar.

Não posso querer ser nada enquanto não souber ao certo para onde quero ir e, até lá, continuarei a ser algo que não sei exactamente o que é nem onde exactamente está, nos confins de mim.

Eu, pessoal e intransmissível.

Eu, para sempre, por escolha.



















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